FIEMG se posiciona contrária à redução da jornada de trabalho sem redução salarial
Entidade diz que impacto para a indústria nacional seria um custo de R$ 204 bilhões para contratar cerca de 5,5 milhões de profissionais para manter a produtividade

A FIEMG manifestou através de nota oficial a preocupação com a proposta de redução da atual jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, sem que haja redução proporcional dos salários, apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma vez que, caso seja aprovada, a medida traria uma série de possíveis implicações para o mercado de trabalho e para a economia brasileira.
Segundo a FIEMG, entre os impactos estariam o aumento de custos para as empresas, uma vez que, para manter a mesma escala de produção e atender à demanda de serviços durante toda a semana, muitas empresas precisarão contratar novos empregados, aumentando os seus custos operacionais.
Estudos da Gerência de Economia da FIEMG, a partir dos dados da população ocupada e do rendimento médio, apontam que o custo total nacional seria de aproximadamente R$ 1 trilhão, sendo necessárias 27 milhões de novas contratações no ano.
Já para a indústria nacional, esse custo seria de R$ 204 bilhões, para contratar cerca de 5,5 milhões de profissionais.
A redução da carga de trabalho conforme prevê a proposta em debate também provocaria perda de produtividade.
Ainda segundo o estudo da FIEMG, no Brasil, o custo total da perda de produtividade seria de aproximadamente R$ 31 bilhões na indústria nacional, chegando a R$ 139 bilhões no setor produtivo em geral.
Além disso, a FIEMG afirma que a medida também pode impactar a inflação, já que o aumento dos custos das empresas será repassado aos consumidores por meio da elevação dos preços de produtos e serviços.
"Essa pressão sobre os preços pode encarecer ainda mais o custo de vida dos cidadãos e reduzir o poder de compra dos trabalhadores. E em um cenário de inflação alta e menor poder de compra, pode ser necessário que os trabalhadores complementem suas rendas assumindo novos trabalhos durante os dias de folga", segue a nota.
Para a FIEMG, o debate sobre jornada de trabalho deve ser feito por meio de negociações coletivas, onde é analisado o contexto da empresa ou setor, conforme já previsto e autorizado pelo texto atual da Constituição Federal.
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